30 de novembro de 2010

Casa de Criadores Inverno 2011 #1

Ontem começou a Casa de Criadores, evento de moda em São Paulo que a cada temporada abala a moda brasileira com as criações de prodigiosos estilistas em ascensão e outros muitos que tentam a sorte a partir do ponto zero.
No primeiro da 28ª edição de outono-inverno 2011 não foi diferente: muitas surpresas, impressionismos e criatividades rodearam os estilistas mais comentados estação a estação.
Exemplo disso foi Walério Araújo que na última edição trouxe para a passarela um desfile repleto de alegria e diversão em comemoração ao seu aniversário. Nessa edição, o clima pesado e mórbido, beirando em certos momentos a sedução, tomou conta da passarela na representação de um período de luto frente às perdas materiais e sentimentais que o designer já passou. Tudo isso se concretizou através da sensualidade das transparências, as criações em preto e com volumes nos ombros e os acessórios incríveis e laços bem arrematados que davam o toque final à coleção.
Rober Dognani mostrou um mix de grunge glamourizado, trazendo mulheres futuristas que resgatam o visual rocker. Na passarela, a assimetria e o ‘brilho’ do couro impressionaram, com calças bem justas, vestidos e macacões com apenas uma manga, uma perna ou um ombro só, e uma mistura inteligente de texturas, constituindo um ‘preto’ que emana poder e encanto.
A coleção de Geraldo Couto veio cheia de espanholismos. Toda a riqueza da cultura hispânica foi representada através de um inverno mais quente em tons de vermelho, preto e branco, com vestidos mais justos e curtos, tecidos fluidos em contraste com mais pesados e uma transparência contida, sem falar nos babados, volumes e franjas características.
Danilo Costa viajou pela imaginação na criação de sua coleção, representando um universo de seres místicos decaptados. Os unicórnios, ursos e corujas estampavam as peças numa mistura renovada e inteligente de alfaiataria com roupas comuns do streetstyle. A ousadia não parou por aí – as roupas traziam cortes diferenciados e elementos criativos nas aplicações de pelos sintéticos ou das estampas em cores diferentes que entraram em perfeita harmonia na passarela, como o vermelho, o marrom, o amarelo e o branco.
Nas coleções de R.Rosner a exuberância é marca registrada. Para o inverno 2011, o designer preparou peças com transparência, mangas volumosas, franjas brilhantes e aplicações bem localizadas. Os vestidos fogem do minimalismo, seja na sensualidade do vestido sereia, seja nas formas assimétricas e fluidas, nos bordados, plumas e rendas.
A nova Sumemo, criação de Marcelo Salgado e Igi Ayedum, fechou a noite de desfiles com muito rock e agitação. As criações giraram em torno das correntes sociais, na mais abrangente e igualitária análise das relações sociais. O streetstyle característico trouxe peças democráticas, como o jeans e as t-shirts estampadas com caveiras e elementos urbanos. Toda a coleção era a cara de ‘tá usando’ e talvez tenha sido por seu visual rocker, universal e expressivo que a marca já conquistou muita gente.
Imagens - Reprodução Ag. Fotosite

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